sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"Vale-Cultura" e a "Teoria da Conspiração" por Marcelo Pereira

http://4elementosnitro.blogspot.com/2009/10/vale-cultura-e-teoria-da-conspiracao.html



Acabo de ver no UOL uma notícia que me fez “torcer o nariz”, sentindo um cheiro “estranho” no ar e um calafrio na nuca: eis que a Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira 14/10, a criação do "Vale-Cultura".

Aí alguém desavisado pode perguntar: Vale-o-quê? Vale-Cultura, que na verdade é um projeto que disponibiliza um crédito de R$ 50,00 a trabalhadores para ser utilizado na aquisição de ingressos para cinema, teatro, espetáculos, museus, shows, etc. A proposta, que foi elaborada pelo Executivo (leia-se “Presidente Lula” – guarde esta informação, ok?), terá ainda de ser analisada e votada pelo Senado Federal antes de ser sancionada.

Até aí, nada de mais, certo? Muitos vão dizer que é pouco (afinal, com R$ 50,00 dá pra duas pessoas irem ao cinema “à seco”, pois não sobra nem pra pipoca e o guaraná); alguns vão dizer que já é alguma coisa, que pelo menos o governo está pensando na cultura para os menos favorecidos, blá blá blá, mimimi...

Eu torci o nariz por um simples fato (OK, nem tão simples assim, mas eu vou explicar): pra mim, esse “Vale-Cultura” nada mais é que uma manobra com propósito eleitoral. #prontofalei

Minha teoria: 2010 é ano de eleições nacionais. Vamos votar (sim, todos nós, porque o voto é um direito obrigatório por aqui) para Deputado Estadual, Governador, Deputado Federal, Senador e... Presidente (guarde esta informação também). Acontece que, coincidentemente, está previsto para 1° de Janeiro de 2010 a estreia do filme mais caro do Cinema Nacional jamais feito neste país, “Lula, o Filho do Brasil”. Filme que conta a história de luta do Presidente Lula, desde o nascimento e infância sofrida, até os tempos de líder sindical (somente eu, ou mais alguém sente cheiro de melodrama político no ar?).

A promessa é de que, nunca antes na história desta País, teremos um filme emocional ao extremo, quiçá (e aposto hoje que o será) futura escolha para representar o Brasil no Oscar 2011. Mas o filme em si não terá fins políticos se o povo, aquele que o apóia desde sempre, não tiver “acesso” ao produto "filme", entende? Como fazer um cidadão de baixa renda, assalariado e fudido tenha acesso a uma sala de cinema para ver “o filme mais caro da história do Cinema Nacional”?

E é aí, senhoras e senhores, que entra o “Vale-Cultura”, (elaborado por quem, mesmo?) possibilitando que milhões (sim, milhões) de eleitores espectadores assistam à saga do senhor “da Silva”, fiquem comovidos e hipnotizados, prontos para a manipulação. Loucura? Delírio? Talvez. Mas como em toda teoria da conspiração, “tudo é possível”. E se amanhã este blog “misteriosamente” sair do ar, você já sabe em quê acreditar. Rs...

“Lula, o Filho do Brasil”, tem direção de Fábio Barreto, Glória Pires no elenco, e estreia prevista para Janeiro de 2010.